Segundo um dos diretores da NASA, um
cientista planetário chamado Rich Terrile, nossa vida poderia ser em
realidade parte de uma simulação de computador programada por um homem
do futuro entediado. Não o nosso, em realidade seríamos os personagens
controlados que estão no passado, algo mais ou menos similar a uma
versão incrivelmente avançada, metafísica do The Sims.
Em
uma recente entrevista Rich afirmou que, seguindo a Lei de Moore -que
diz que os avanços tecnológicos permitem que o número de transistores
dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada período de
18 meses- não está muito aquém de que um sistema como o PlayStation seja
capaz de recriar um universo perfeito que sirva de vida artificial:
“Em 30 anos esperamos que o PlayStation -se continuam lançando uma a
cada seis ou oito anos seria PlayStation 7- seja capaz de computar umas
10.000 vidas humanas simultaneamente em tempo real, ou uma vida humana
em uma hora. Quantos PlayStation há a nível mundial? Mais de 100
milhões. De modo que pense em 100 milhões de consoles, cada uma contendo
10.000 humanos. Isso significa que, então, conceitualmente, poderíamos
ter mais humanos vivendo em um PlayStation do que na Terra.
A natureza age exatamente igual a um
videogame como “Grand Theft Auto IV”. No jogo é possível explorar
Liberty City com detalhes incríveis. Calculei o tamanho físico dessa
cidade e conclui que é um milhão de vezes maior que meu PlayStation 3.
Ou seja, vemos exatamente o que é necessário ver de Liberty City,
reduzindo todo o universo do jogo dentro de um console.
O
universo age da mesma forma. Em mecânica quântica as partículas não têm
um estado a não ser que as observe. Muitos teóricos vem tentando
explicar isso. Uma explicação é que poderíamos viver em uma simulação,
vemos o que vemos quando precisamos vê-lo.”
O lógico depois de ler isto é pensar no
salário que a NASA paga a seus empregados, mas há um par de detalhes a
mais que acabam por nos deixar filosofando em frente à tela. O trabalho
de Rich Terrile é precisamente pensar no exposto, já que é um dos
encarregados de traçar a linha que seguirão alguns dos avanços técnicos
mais importantes. Seu trabalho é imaginar como serão os computadores do
futuro.
“O universo é pixelado, em
tempo, espaço, volume e energia. Existe uma unidade fundamental que não é
possível quebrar em outra menor, o que significa que o universo foi
criado por um número finito destas unidades. Também há um número finito
de coisas quando estamos observando, então a pergunta é: isto está sendo
calculado? Um paralelismo: se duas coisas são matematicamente
equivalentes, então são iguais. De modo que o universo é matematicamente
equivalente à simulação de um universo.”
Até
recentemente, este argumento da simulação não era muito bem visto por
pesquisadores tradicionais. Isso não quer dizer que Rich seja o primeiro
cientista a prever a nossa capacidade de executar simulações realistas.
Entre outros, o vidente da tecnologia Ray Kurzweil fez isso em seu
livro de 1999, “The Age of Spiritual Machines”, mas ele é um dos
primeiros a argumentar que já poderíamos estar vivendo dentro de uma
matrix.
Rich vai além e tenta provar
suas teorias através da física, citando coisas como pixelamento
observável da matéria menor (seja lá o que é isso) e as semelhanças
sinistras entre a mecânica quântica, as regras matemáticas que governam o
nosso universo e da criação de ambientes para videogames.
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